Notícia: "Queixas contra o SNS"

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O director-geral de Saúde garantiu hoje, segunda-feira, que as queixas apresentadas pelos utentes contra os serviços de saúde "nunca são ignoradas" e justificou que se há um aumento nas queixas é porque os cidadãos "sabem os direitos que têm".
"As queixas têm sido analisadas, não é agora o momento de fazer esse balanço, mas nunca são ignoradas", afirmou Francisco George, em declarações aos jornalistas à margem da sessão pública de lançamento e apresentação da Sociedade Portuguesa para a Qualidade na Saúde.
Durante o ano de 2009, o Gabinete do Utente recebeu mais de 52 mil queixas em relação aos serviços de saúde, valor que representa um aumento de 14% em relação a 2008, revelou hoje a TSF. No entender do director-geral de Saúde, em parte isso aconteceu porque "há uma maior participação, os cidadãos sabem os direitos que têm e isso é bom".
Considerou também "positivo" haver "queixas que são efetivamente registadas e que são tidas em conta e que os cidadãos têm esse direito", lembrando que é prática por parte da direcção-geral de Saúde apelar aos utentes para que recorram ao Gabinete do Utente ou a "utilizarem os sistemas que estão disponíveis para esse fim".
Na opinião de Francisco George, a explicação para o aumento do número de queixas não tem que ver com a qualidade dos serviços prestados, justificando que a "qualidade é uma questão muito mais vasta do que essa forma pontual de ver as questões". "O que digo é que as reclamações, as queixas, não podem ser ignoradas", concluiu.
As urgências dos hospitais foram o principal alvo de queixas dos utentes em 2009, sobretudo por causa do tempo de espera, enquanto nos centros de saúde, as queixas visaram sobretudo as consultas e a prestação de cuidados aos doentes sem médicos de família.
Das 52779 queixas que chegaram ao Gabinete do Utente, quase 50% foram contra os médicos. Os hospitais que registaram maiores taxas de queixas foram o de Nossa Senhora da Conceição, em Valongo, e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, que inclui o Júlio de Matos e o Miguel Bombarda.
Fonte: Jornal de Notícias